Barbalha comemorou no ano de 1987(portanto, a 33 anos) o centenário do Sr. José Vicente de Araujo. Naquela época, foi realizada uma programação que teve início às 5(cinco) horas da manhã com uma alvorada de cem tiros. A festa incluiu ainda uma missa, uma recepção dos amigos e, finalmente, uma seresta.
O Sr. José Vicente de Araujo, “Pá Araujo”, como era conhecido (segundo José Lúcio), era uma figura querida na cidade de Barbalha. Tinha muitas qualidades, homem simples, humilde e comunicativo, era padrinho de batismo do Sr. José Edilmar Norões (Diretor da TV Diário, Verdes Mares e Jornal Diário do Nordeste). Ele nasceu no dia 01 de abril de 1897.
Sr. José Vicente de Araujo e sua esposa Maria Araujo do Nascimento.
Era casado com Maria Araujo do Nascimento. Teve 02(dois) filhos: Júlia Araújo Matias e Alzira Araújo e 03 netos: Luiz Araújo Matias, Luciano Matias de Araújo e Lúcia Araújo. Residia na Rua do Vidéo, 275. Faleceu aos 101 anos de idade, no dia 16 de março de 1998.
Foi amigo do Padre Cícero e conheceu Lampião. Em 1899, aos 12 anos de idade fez sua primeira viagem à Fortaleza, ao lado do padrasto José Valdevino e recorda, com saudades, está viagem. Saiu de Barbalha, a pé, para pegar o trem em Quixadá, no Sertão Central. Naquela época – compara – era muito mais difícil viajar para Fortaleza do que ir à Lua.
Na Capital do Estado, o garoto de 12 anos Zé Araújo foi vendedor ambulante de pipocas, frutas, verduras e bombons. Posteriormente, em companhia de cinco amigos, voltou à Fortaleza para sentar praça na Polícia. Temendo a disciplina militar, todos desertaram. Zé Araújo ficou trabalhando na célebre “Líght”, Companhia Inglesa que explorava o serviço de fornecimento de energia elétrica da Capital cearense.
Católico praticante, Zé Araújo foi convidado por Dom Joaquim, então Bispo do Ceará para ajudá-lo nas missas. Voltou para Barbalha em 1906, onde se estabeleceu como comerciante, após comprar, por um conto de réis, um Bodega vizinha a sua residência, na Rua do Vidéo. Foi também Delegado de Polícia de Barbalha na época do Governo de Faustino de Albuquerque.
Na sua pequena bodega, na Rua do Vidéo, centro comercial de Barbalha naquela época, o Sr. Zé Araújo conservou os mesmos hábitos do passado. Apesar do peso dos cem anos (1987), continuava indo à missa. Ele lembrava o tempo das serenatas quando com um grupo de amigos varavam as madrugadas, percorrendo às Ruas de Barbalha, despertando os corações apaixonados das jovens de sua época. Por isso, nas homenagens dos seus cem anos estava incluída uma seresta que contou com a participação de velhos e novos Boêmios.
Escrito por Antonio Vicelmo.
Colaboração Luciano Matias de Araujo.
Barbalha "Esquecida" 